quinta-feira, 7 de outubro de 2010

(módulo 1) A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX 11/09/10

Na aula discutimos o texto de Bonilla, tivemos um acalorada discursão sobre prática docente e muitos temas foram levantados, a nossa professora fez um breve resumo de alguns tópicos importantes do livro e passou um vídeo que falava justamente da “metáfora do relógio” de Cappra. Dito isto farei um breve comentário sobre o texto.
Autora fala das transformações da nossa sociedade através dos tempos, onde o conceito de verdade se modificou de acordo com o momento histórico, na idade média onde a igreja era grande detentora do saber a cosmovisão era ligada a uma natureza imutável da realidade ligado a uma perfeição da natureza, como obra de Deus. O conhecimento cientifico então era subserviente a igreja que ditava dogmas.
Após a revolução industrial a cosmovisão medieval foi substituída por uma cosmovisão positivista onde seu modelo máximo seria a realidade como um imenso relógio onde cada peça tem uma função definida e que a quebra de uma engrenagem impede o bom funcionamento do “relógio”.
Este conceito foi aplicado em várias áreas do conhecimento, seja na biologia onde “O corpo humano é uma máquina perfeita”, ou mesmo no urbanismo onde “As veias são as artérias de nossa cidade”.
A visão moderna (ou pós moderna se preferirem) com as constantes mudanças de paradigmas, onde a contradição é inerente a sociedade humana, A autora então fala num futuro onde possa existir uma nova cosmovisão humanista e sensível.
Acredita que deva existir uma ruptura com o modelo tradicional de educação onde o professor é detentor do conhecimento, para tanto esse novo modelo de escola deveria privilegiar a subjetividade do aluno, suas relações sociais e ambientais, onde todos estamos interligados em uma grande rede, onde o destino de um individuo deveria ser partilhado por todos.

(módulo 1) Resenha "O que é virtual"

Resenha
LEVY, Pierre. O que é virtual?

O ponto principal do livro é a virtualização da sociedade, O senso comum vê o virtual como oposto do real ou ilusão, para o autor e aquilo que possui potencialidade para acontecer, e se tornar concreto. A virtualização seria para Levy o processo pelo qual as pessoas compartilham a realidade.
Existe, portanto uma virtualização dos corpos, das inteligências, linguagem, economia, ciências. O homem assim como a sociedade está em constante mudança sejam sensoriais físicas, etc...
-Virtualização dos corpos através da busca pelo prolongamento da própria vida, transplante de órgãos, transfusão de sangue, etc...
-Virtualização da linguagem, onde processos como atualização do conhecimento entendido, seleção, corte e internalização para depois ressignifica-lo.
O texto é uma construção, seu entendimento é subjetivo, interagindo com outros textos lidos anteriormente, criando alterações, transformações. Gerando Hipertextos onde os conteúdos deixam de ser lineares mas levando a navegação de conteúdos que convergem e divergem para a construção de um novo conhecimento.
-Virtualização da economia, onde as transações em dinheiro são cada vez mais virtuais, sejam através de transações financeiras, bancos on-line, mercados virtuais, e a desterritorização da economia ou mesmo de grupos financeiros.
O homem passa a migrar para áreas onde a concentração econômica é maior.
- Alteração do cognitivo com as novas tecnologias da informação, no principio com a fala, passando para a linguagem escrita, para a linguagem impressa, e hoje em dia com as tecnologias digitais.
Cada salto tecnológico leva a uma reestruturação da nossa sociedade, como foi invenção da imprensa e hoje em dia a internet, conectando cada vez mais pessoas de diferentes partes do mundo, trocando conhecimento o que o autor denominou de inteligência coletiva.

(módulo 1) Palestra sobre Docência On-line

Palestra sobre Docência On-line, no PAF I com as professoras Edméia Santos (UFRJ) e Ana Maria Di Grado Hessel (PUC) as palestrantes falaram sobre as várias implicações da Docência On-line.


A Palestrante Ana Maria Hessel
A mudança do paradigma da educação com o advento de uma aprendizagem colaborativa, cooperativa, coletiva, ensino transdisciplinar, mediação e intervenção dos conteúdos á serem aprendidos
Desenvolvimento das tecnologias da informação, onde a docência on-line atualmente utilizando recursos como o Ambiente moodle, Sofwares sociais, ambientes on-line
diários e fóruns de discursão.
As tics incorporam novos saberes como hipertextos, web 2.0 (compartilhamento da informação co-autoria), inteligência coletiva, desterritoriazação.
Tics e as mudanças no saber, seja atravez da Interatividade do connhecimento, Co-autoria onde não existe mais a leitura linear e sim a navegação por hipertextos, problematizando e discutindo saberes.
A Palestrante Edméia Santos contou como Historicamente o ensino a distância começa muito antes do que se imagina o senso comum. Inicialmente através de cartas, também pelo rádio, tv e vídeos, atualmente com os computadores e internet.
Um ponto importante foi a situação legal dos tutores, que não tem a sua profissão (mesmo sendo professores) regulamentada e reconhecida, sem vinculo empregatício o que leva mesmo que não tenha direitos como qualquer trabalhador da área de educação.
O tutor atende um grande numero de alunos, disponibiliza conteúdos à serem estudados, etc..
A parte final foi um debate sobre diversos temas, no qual eu me pronunciei sobre as implicações do programa UCA (um computador por aluno) nas escolas Municipais de Salvador sem o devido preparo do corpo docente.
(que por sinal será o tema de uma futura matéria do meu blog assim que me desafogar com as minhas pendência na Pós).

(módulo 1) Ética hacker 25/09/10.

Ética hacker

Professor Américo, fez um breve resumo do livro Ética Hacker de Himanen, Pekka. Começou com um vídeo do jornal nacional sobre hackers, mostrando o Senso comum sobre do entendimento do que é ser hacker, na reportagem se falava do aumento do número de invasões de sistemas de seguranças, contas de bancos e roubo de dados sigilosos e culpava a invasão dos Hackers.
Contudo segundo Pekka os hackers (termo surgido nos anos 60) são entusiastas dos computadores, tendo uma paixão criativa em “fuçar” as novas tecnologias e extrair delas o máximo de conhecimento, acreditam que Informação e poder e que deve existir o compartilhamento da informação, que devem ser socializados e não preso nas mãos de grandes grupos econômicos. Acreditando na força da cooperação e partilha da informação.
O termo de “partilhar conhecimento” parece de certa forma inspirado no socialismo, aliais eles se opõem a ética do capitalismo onde para o capitalismo “tempo e dinheiro” para a ética hacker tempo é vida.
A ética hacker é aplicada nas comunidades virtuais, a ética hacker é basicamente resumida em dois critérios:
 1- Acreditar que o compartilhamento de informacões é positivo, e por isso os hackers compartilham suas experiências e programam software livre, facilitando o acesso à informacão e os recursos disponíveis para computadores sempre que possível.
2- Acreditar que penetrar em sistemas por diversão e exploracão é eticamente aceitável , desde que não cometa roubo, vandalismo ou quebre a confidencialidade.
(Esse princípio não é unânime, alguns consideram a simples invasão uma ação não ética.).  

domingo, 3 de outubro de 2010

modulo 1 arquivos das resenhas de Levy feito em equipe

vai aqui o link do resumo do capítulo 11 do livro LEVY, Pierre. Cibercultura feito no audacity resenha cap 11

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Debate sobre Rádio (Módulo 1)

Um debate com três pessoas que utilizavam o recurso de áudio cada um em suas especificidades, um Diretor da Rádio Educadora, uma representante de uma ONG Cipó, e uma coordenadora do Mais Educação.
Tanto a representante da ONG quanto do mais Educação falaram da importância do uso do rádio ou mesmo o áudio na escola e no trabalho com jovens e crianças, onde eles com a diretriz do professor criariam uma rádio na escola. Os primeiros passos seriam definir uma primeira reunião onde seria escolhida a pauta do programa, escolha de tema de abertura, reportagens etc...
Depois o uso dos softwares de edição do áudio como o Audacity, gravação seja no microfone da escola ou mesmo de um simples MP4, escolha de músicas, etc.
E finalmente a socialização para a escola e a comunidade com a radio no ar, promovendo um resgate a  cidadania, intregação dos diversos co-autores.
O diretor da Rádio Educadora deu um panorama do seu campo de atuação e sua visão sobre o cenário radiofônico em Salvador, onde rádios comerciais comercializam brindes para se manter no topo da audiência, ou o uso do “Jabá” para promover um determinado artista ou grupo musical.
As rádios e os programas de Tv são concessões publicas do governo e segundo ele não está respeitando a legislação em muitos casos como o fato de muitas tvs ou rádios não cumprirem com veiculação de programas educativos ou mesmo não respeitarem no caso das rádios as cotas para executar músicas e programas de sua localidade.
O diretor falou também da contribuição da Educadora, na promoção da cultura, dando o exemplo de uma rádio novela (que por sinal podem ser vistas no site da Educadora).
Falou também sobre a importância das rádios comunitárias e que infelizmente algumas são usadas como a voz de políticos em cidades do interior ou mesmo promovendo o “Jabá” como as grandes rádios comerciais.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Um dia

[Isaac Asimov - Nós, Robôs]

Niccolo Mazetti estava deitado de bruços sobre o tapete, o queixo enterrado na palma da mão pequena e ouvia o Bardo, desconsolado. Percebia-se até o começo de lágrimas em seus olhos escuros, luxo a que só se podia permitir uma criatura com onze anos de idade quando se encontrava sozinha. O Bardo disse:

- Uma vez no meio da floresta enorme, vivia um pobre lenhador com suas duas filhas sem mãe, que eram tão belas quanto o dia é longo. A filha mais velha tinha cabelos pretos e compridos como a pena de asa da graúna, mas a filha mais nova tinha cabelos tão brilhantes e dourados como a luz do sol em tarde de outono.

- Muitas vezes, enquanto as meninas esperavam que o pai voltasse para casa, após trabalhar no mato, a filha mais velha sentava-se diante do espelho e cantava…

O que ela cantava Niccolo não ouvia, porque alguém o chamou de fora do quarto:

- Ei, Nickie.

E Niccolo, o rosto desanuviando-se no mesmo instante, correu até a janela e gritou:

- Ei, Paul.

Paul Loeb acenou com a mão agitada. Era mais magro do que Niccolo e não tão alto, mesmo sendo seis meses mais velho. Tinha o rosto cheio de tensão reprimida, que se mostrava com mais clareza no rápido piscar das pálpebras.

- Ei, Nickie, quero entrar. Tenho uma idéia e metade. Espere só até ouvir.

Olhou rapidamente em volta, como a verificar a possibilidade de ouvintes furtivos, mas o quintal da frente estava evidentemente vazio. Repetiu, então, em cochicho:

- Espere só até ouvir.

- Muito bem, já abro a porta.

O Bardo continuou suavemente, sem saber da perda de atenção por parte de Niccolo. Quando Paul entrou, o Bardo estava dizendo:

- …Com que o leio disse: “Se você encontrar para mim o ovo perdido da ave que voa sobre a Montanha de Ébano, uma vez a cada dez anos, eu…”

Paul disse:

- Você está ouvindo o Bardo? Eu não sabia que você tinha um.

Niccolo se tornou rubro e a expressão de infelicidade regressou a seu semblante.

- É só uma coisa velha que eu tinha, quando era menino. Não está muito boa.

Desferiu um pontapé no Bardo e acertou, na cobertura de plástico, um tanto arranhada e descolorida, um outro golpe.

O Bardo teve um soluço, como se a ligação do alto-falante fosse tirada do contato por um momento, e depois prosseguiu:

- …por um ano e um dia, até que os sapatos de ferro se gastaram. A princesa parou do lado da estrada…

Paul disse:

- Rapaz, esse ê mesmo um modelo antigo – e olhou para aquilo com expressão crítica.

A despeito da própria amargura que Niccolo sentia contra o Bardo, não lhe agradou o tom condescendente do outro. Sentia momentaneamente pesar por ter deixado Paul entrar, pelo menos antes de haver recolocado o Bardo em seu lugar de descanso habitual no porão. Só pelo desespero de um dia monótono e um debate infrutífero com o pai é que ele o fizera ressuscitar. E acabara verificando ser coisa tão estúpida quanto imaginara.

Nickie tinha um pouco de medo de Paul, já que este fizera cursos especiais na escola e todos diziam que ele ia crescer e ser um Engenheiro de Computador.

Não que o próprio Niccolo estivesse a se sair mal na escola. Recebera notas adequadas em lógica, manipulações binárias, computação e circuitos elementares; todas as disciplinas costumeiras da escola primária. Mas era exatamente isso! Não passavam de disciplinas comuns e ele crescia para ser um guarda de painel de controle, como todos os outros.

Paul, todavia, conhecia coisas misteriosas sobre o que chamava de eletrônica e matemática teórica e programação. Principalmente programação. Niccolo nem mesmo procurava compreender quando Paul falava sobre o assunto, parecendo borbulhar.

Paul olhou o Bardo por alguns minutos e disse:

- Você andou usando muito isso aí?

- Não! – retorquiu Niccolo ofendido. -Tenho isso guardado no porão desde que você mudou para cá. Só tirei de lá hoje… – Faltava-lhe uma desculpa que parecesse adequada a si próprio, de modo que ele concluiu: – Acabei de tirar.

Paul perguntou:

- É isso o que ele lhe conta: lenhadores e princesas e animais que falam?

Niccolo explicou:

- Uma coisa horrível. Meu pai disse que não podemos comprar um novo. Eu falei com ele, hoje de manhã… – A recordação das súplicas inúteis que fizera de manhã levou Niccolo a aproximar-se muito das lágrimas, que reprimiu tomado de pânico. De algum modo achava que as faces magras de Paul nunca haviam sentido a vergonha das lágrimas e que Paul só poderia desdenhar outra pessoa menos forte que ele próprio. Niccolo prosseguiu: – Por isso achei que devia experimentar outra vez essa coisa velha, mas não vale nada.

Paul desligou o Bardo, apertou o contato que levava para a reorientação e recombinação quase instantâneas do vocabulário, personagens, textos da trama e clímax ali guardados. Depois reativou.

O Bardo começou, devagar:

- Uma vez havia um menino chamado Willikins, cuja mãe morrera e que vivia com o padrasto e o filho do padrasto. Embora o padrasto fosse um homem bem rico, negava ao pobre Willikins a própria cama em que dormia, de modo que Willikins era obrigado a descansar o melhor que podia em um monte de palha no estábulo, perto dos cavalos…

- Cavalos! – gritou Paul.

- São uma espécie de animal – disse Niccolo. – Acho que são.

- Eu sei disso! Agora imagine só, estórias sobre cavalos.

- Ele fala de cavalos o tempo todo – explicou Niccolo. – Existem também coisas chamadas vacas. Você tira leite delas e o Bardo não diz como.

- Bem, puxa vida, por que você não conserta isso?

- Gostaria de saber como.

O Bardo estava dizendo:

- Muitas vezes Willikins pensava que se fosse rico e poderoso haveria de mostrar ao padrasto e ao filho do padrasto o que significava ser cruel com um menino pequeno, de modo que um dia resolveu sair para o mundo e procurar sua sorte.

Paul, que não ouvia o Bardo, disse:

- Ê fácil. O Bardo tem cilindros de memória preparados para as palavras da trama e os clímax e as coisas. Não vamos nos preocupar com isso. É só o vocabulário que devemos consertar, de modo que ele vai saber acerca dos computadores, automatização e eletrônica e as coisas reais que temos hoje. Depois pode contar estórias interessantes, você sabe, em vez de falar sobre princesas e essas coisas.

Animado, Niccolo disse:

- Oxalá a gente pudesse fazer isso.

Paul disse:

- Escuta, meu pai diz que se eu entrar na escola especial de computação, no ano que vem, ele vai me dar um Bardo de verdade, um modelo novo. Bem grande, com ligação para estórias de mistérios do espaço. E uma ligação visual também!

- Quer dizer que você vai ver as estórias?

- Claro. O senhor Daugherty, na escola, diz que elas têm coisas assim, agora, mas não são para todos. Só se eu entrar na escola de computação. O Papai pode arranjar umas coisas.

Os olhos de Niccolo transbordavam de inveja.

- Puxa vida. Ver uma estória!

- Você pode ir lá em casa e assistir a qualquer momento, Nickie.

- Puxa vida, rapaz. Obrigado.

- De nada. Mas lembre-se de uma coisa, sou eu quem diz que tipo de estória vamos ouvir.

- Claro, claro – Niccolo teria concordado prontamente, mesmo sob condições mais severas.

A atenção de Paul se voltou para o Bardo, que dizia:

- “Se é assim”, disse o rei, cofiando a barba e fechando a cara até que as nuvens cobriram o céu e o relâmpago riscou o ar, “você vai providenciar para que toda a minha terra fique livre das moscas a esta hora, depois de amanhã, ou…”.

- Tudo que temos a fazer – disse Paul – é abrir… – E desligou novamente a Bardo, já procurando tirar o painel da frente enquanto falava.

- Ei – interveio Niccolo, alarmado de súbito. – Não vai quebrar.

- Não vou quebrar – disse Paul, com impaciência. – Eu sei tudo sobre essas coisas. – E logo, com cautela repentina: – Seu pai e sua mãe estão em casa?

-Não.

- Muito bem, então. – Já tirara o painel dianteiro e olhava para o interior. – Rapaz, isto é coisa de um cilindro.

Já trabalhava nas entranhas do Bardo. Niccolo, que observava em suspense penoso, não conseguia enxergar o que o outro fazia.

Paul tirou de lá uma faixa fina e flexível de metal, coberta de pontos.

- Este é o cilindro de memória do Bardo. Aposto que a capacidade de estórias dele tem menos de um trilhão.

- O que você vai fazer, Paul? – perguntou Niccolo, trêmulo.

- Vou dar-lhe vocabulário.

- Como?

- É fácil. Tenho um livro aqui. O Sr. Daugherty me deu na escola.

Paul tirou o livro do bolso e retirou a sua tampa de plástico. Desenrolou a fita um pouco, passou-a pelo vocalizador que abaixou até tornar-se um murmúrio e depois o colocou dentro das entranhas do Bardo. E fez outras ligações.

- O que isso vai fazer?

- O livro vai falar e o Bardo guardará tudo na fita de memória.

- E de que serve?

- Rapaz, você é burro! Meu livro é todo sobre computadores e automatização e o Bardo ficará com toda essa informação. Depois vai poder parar de falar sobre reis que criam relâmpagos quando fecham a cara.

Niccolo disse:

- E o bom sujeito sempre vence, seja lá como for. Não tem graça nenhuma.

- Oh, bem – disse Paul, observando para ver se o seu arranjo estava funcionando corretamente. – É assim que eles fazem os Bardos. Eles precisam fazer os bons camaradas vencerem e os maus camaradas perderem, coisas desse tipo. Uma vez ouvi meu pai falando sobre o assunto. Ele diz que sem a censura não se podia dizer o que a geração mais jovem seria capaz de tornar-se. Ele diz que a coisa já anda muito ruim… Pronto, está funcionando muito bem.

Paul esfregou as mãos uma na outra e afastou-se do Bardo, dizendo:

- Mas escute, ainda não lhe contei como é a minha idéia. É a melhor coisa que você já ouviu, pode crer. Vim falar com você porque achei que você havia de entrar nela comigo.

- Com certeza, Paul, com certeza.

- Muito bem. Você conhece o Sr. Daugherty, na escola? Você sabe que ele é um sujeito gozado. Pois bem, ele gosta de mim, um pouco.

- Eu sei.

- Estive na casa dele depois da escola, hoje.

- Você esteve?

- Claro. Ele diz que eu vou entrar na escola de computadores e quer me animar, coisas assim. Ele diz que o mundo precisa de mais gente que saiba projetar circuitos de computadores avançados e fazer uma programação correta.

-É?

Paul podia perceber parte da vacuidade daquele monossílabo. Disse, com impaciência:

- Programação! Eu já lhe contei mais de cem vezes. É quando você cria problemas para os computadores gigantescos como o Multivac resolverem. O Sr. Daugherty diz que está ficando cada vez mais difícil encontrar pessoas que saibam dirigir bem os computadores. Ele diz que qualquer pessoa pode ficar de olho nos controles e verificar as respostas e processar os problemas de rotina. Diz que o truque é expandir as pesquisas e calcular modos de fazer as perguntas certas, e que isso é difícil.

Ele prosseguiu:

- De qualquer modo, Nickie, ele me levou até a casa dele e me mostrou a coleção de computadores antigos. É uma espécie de passatempo dele colecionar computadores antigos. Tinha computadores tão pequenos que era preciso apertar com a mão, com botõezinhos por cima. E tinha um pedaço de madeira que chamava de régua de calcular, com um pedacinho lá dentro que corria pra lá e pra cá. E alguns fios com bolas. Tinha até um pedaço de papel com uma espécie de coisa que chamava tabela de multiplicação.

Niccolo, que só se interessava moderadamente pelo assunto, perguntou:

- Uma tabela de papel?

- Não era uma tabela de verdade, coisa diferente. Era para ajudar as pessoas a computar. O Sr. Daugherty quis explicar, mas não estava com muito tempo e era um pouco complicado.

- Por que as pessoas não usavam um computador?

- Isso foi antes de terem computadores – bradou Paul.

- Antes?

- Claro. Você acha que as pessoas sempre tiveram computadores? Você nunca ouviu falar nos homens das cavernas?

Niccolo disse:

- E como é que eles se arranjavam sem computadores?

- Não sei. O Sr. Daugherty diz que eles tinham filhos em qualquer hora e faziam tudo que lhes dava na cabeça, fosse ou não fosse bom para todos. Nem sabiam se era bom ou não. E os lavradores plantavam coisas com as mãos e as pessoas tinham de executar o trabalho nas fábricas e dirigir todas as máquinas.

- Não acredito!

- Foi o que o Sr. Daugherty disse. Ele disse que aquilo era uma bagunça desgraçada e todos sofriam… Seja lá como for, quero falar de minha idéia, você deixa?

- Muito bem, pode falar. Quem está impedindo? – contrapôs Niccolo. ofendido.

- Pois é. Muito bem, os computadores manuais, aqueles que têm botões, tinham também uns rabiscos em cada botão. E a régua de calcular tinha rabiscos também. E a tabela de multiplicação era cheia de rabiscos. Eu perguntei o que era aquilo. O Sr. Daugherty disse que eram números.

- O quê?

- Cada rabisco diferente representava um número diferente. Para “um” você fazia uma espécie de marca, para “dois” você fazia outra espécie de marca, para “três”, outra, e assim por diante.

- E para quê?

- Para poder computar.

- Mas para quê”! É só dizer ao computador…

- Puxa vida! – gritou Paul, o rosto contorcido de raiva. -Você não entende as coisas? Aquelas réguas de calcular e outros negócios não falavam.

- Nesse caso como…

- As respostas apareciam em rabiscos, e você tinha de saber o que os rabiscos significavam. O Sr. Daugherty diz que naqueles dias todos aprendiam a fazer os rabiscos quando eram crianças e como decifrar aquilo, também. Fazer rabiscos era chamado “escrever” e decodificar os rabiscos “ler”. Ele diz que havia uma espécie diferente de rabisco para cada palavra e eles costumavam escrever livros inteiros em rabiscos. Disse que tinham alguns no museu e que eu podia dar uma espiada se quisesse. Disse que se eu vou ser um calculista e programador de verdade tenho que conhecer a história da computação e por isso estava me mostrando todas aquelas coisas.

Niccolo fechou a cara e disse:

- Você quer dizer que todos tinham de decifrar os rabiscos para cada palavra e lembrar deles?… Isso é verdade ou você está inventando?

- É tudo verdade. Pode crer. Escute, é assim que se faz um “um”. – E levou o dedo a atravessar o ar, em talho vertical rápido. – Assim você faz “dois” e assim é “três”. Aprendi todos os números até “nove”.

Niccolo observava aquele dedo que fazia curvas, sem entender.

- E de que adianta isso?

- Você pode aprender como fazer palavras. Perguntei ao Sr. Daugherty como se fazia o rabisco para “Paul Loeb” mas ele não sabia. Contou que existem pessoas no museu que sabem. Disse que havia pessoas que tinham aprendido a decodificar livros inteiros. Contou também que os computadores podem ser projetados para decodificar livros e costumavam ser usados assim, mas agora não são mais, porque hoje temos livros de verdade, com fitas magnéticas que entram pelo vocalizador e saem falando, você sabe.

- Claro.

- Por isso, se nós formos ao museu, poderemos aprender como fazer palavras em rabiscos. Eles vão deixar porque eu vou para a escola de computadores.

Niccolo estava transfigurado de decepção.

- A sua idéia é essa? Ora bolas, Paul, quem quer fazer isso? Fazer rabiscos estúpidos!

- Você não entendeu? Você não entende? Seu burro! Vai ser um feito de escrever mensagens secretas!

- O quê?

- Pois é. De que adianta falar, quando todo mundo pode entender? Com os rabiscos você pode mandar mensagens secretas, pode fazer os rabiscos no papel e ninguém neste mundo vai saber o que você está dizendo, a não ser que conheça os rabiscos também. E eles não vão conhecer, pode crer, a menos que a gente ensine. Podemos ter um clube de verdade, com iniciação, regras, uma casa. Rapaz…

Uma certa animação começou a se fazer sentir no peito de Niccolo.

- Que tipo de mensagens secretas?

- Qualquer tipo. Vamos dizer que eu quero convidar você para ir â minha casa e assistir ao meu novo Bardo Visual, e não quero que nenhum dos outros camaradas apareça. Eu faço os rabiscos certos no papel e lhe dou e você olha e sabe o que deve fazer. Ninguém mais fica sabendo. Você pode até mostrar a eles e eles não entendem nada.

- Ei, isso é bom – berrou Niccolo, completamente seduzido pela idéia. – Quando vamos aprender a fazer isso?

- Amanhã – disse Paul. – Eu vou pedir ao Sr. Daugherty para explicar no museu que está tudo certo e você arranja licença com seu pai e sua mãe. Podemos ir logo depois da escola e começar a aprender.

- É claro! – gritou Niccolo. – Podemos ser os chefes do clube.

- Eu vou ser o presidente do clube – disse Paul, taxativo. -Você pode ser o vice-presidente.

- Está certo. Ei, isso vai ser muito mais divertido do que o Bardo.

De repente lembrou-se do Bardo e disse, tomado de apreensão repentina:

- Ei, e que tal o meu velho Bardo?

Paul voltou-se para olhar. Estava aceitando silenciosamente o livro que se desenrolava devagar, e o som das vocalizações do livro era um murmúrio que mal se ouvia.

Ele disse:

- Vou desligar.

Trabalhou naquilo enquanto Niccolo observava, aflito. Depois de alguns instantes Paul recolocou o seu livro rebobinado no bolso, recolocou o painel e o ativou.

O Bardo disse:

- Uma vez, em uma cidade grande, havia um pobre menino chamado Fair Johnnie, cujo único amigo no mundo era um pequeno computador. O computador todas as manhãs dizia ao menino se ia chover naquele dia e resolvia qualquer problema que ele tivesse. Nunca errava. Mas aconteceu que um dia o rei dessa terra, tendo ouvido falar no pequeno computador, resolveu que devia ficar com ele. Com esse objetivo chamou seu Grande Vizir e disse…

Niccolo desligou o Bardo com movimento rápido da mão.

- A mesma bobagem de sempre – disse, cheio de emoção. – Mesmo com um computador enfiado aí.

- Bem – disse Paul – eles têm tanta coisa na fita que o negócio de computador não aparece muito quando se fazem combinações aleatórias. Seja lá como for, qual é a diferença? Você precisa de um modelo novo.

- Nós nunca poderemos comprar um. Só esta coisa velha e chata. – Voltou a dar-lhe um pontapé, acertando-o com mais força dessa feita. O Bardo moveu-se para trás, um gemido de rodas dentadas.

- Você sempre vai poder ver o meu, quando eu ganhar – prometeu Paul. – Além disso, não se esqueça de nosso clube de rabiscos.

Niccolo assentiu.

- Vou lhe dizer uma coisa – prosseguiu Paul. – Vamos até lá em casa. Meu pai tem alguns livros sobre os tempos antigos. Podemos escutar e, talvez, arranjar algumas idéias. Você deixa um recado para seus pais e talvez possa ficar lá em casa para a ceia. Vamos embora.

- Está certo – disse Niccolo, e os dois meninos saíram correndo, juntos. Niccolo, em seu entusiasmo, correu quase diretamente para o Bardo, mas apenas encostou no ponto de sua coxa onde havia feito contato e continuou correndo.

O sinal de ativação do Bardo brilhou. A colisão de Niccolo fechou um circuito e, embora estivesse sozinho no aposento e não houvesse ninguém para ouvir, começou ainda assim a contar uma estória.

Mas não era mais em sua voz costumeira; em tom mais baixo, que tinha uma dose de rouquidão. Um adulto que ouvisse, poderia ter julgado que a voz traduzia alguma paixão, um vestígio bem próximo a sentimento.

O Bardo dizia:

- Uma vez havia um pequeno computador chamado Bardo, que vivia sozinho com pessoas cruéis. As pessoas cruéis não paravam de zombar do pequeno computador, dizendo-lhe que não valia nada e que era objeto inútil. Batiam nele e o mantinham sozinho no quarto por meses seguidos.

- No entanto, o pequeno computador continuou a ter coragem. Sempre fazia o melhor que podia, obedecendo alegremente a todas as ordens. Ainda assim as pessoas cruéis com que ele vivia continuavam cruéis e sem coração.

- Um dia o pequeno computador ficou sabendo que no mundo existiam muitos computadores de todos os tipos, em grande número. Alguns eram Bardos como ele próprio, outros dirigiam fábricas e alguns dirigiam fazendas. Alguns organizavam a população e outros analisavam todos os tipos de dados. Muitos eram de grande poder e sabedoria, muito mais poderosos e sábios do que as pessoas cruéis que eram tão cruéis com o pequeno computador.

- E o pequeno computador ficou sabendo então que os computadores iriam tornar-se cada vez mais sábios e mais poderosos até que um dia… um dia… uma dia…

Uma válvula devia finalmente ter entrado em colapso nas entranhas idosas e corroídas do Bardo, pois enquanto esperava sozinho no aposento que escurecia, só podia murmurar repetidamente:

- Um dia… um dia… um dia…

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

primeira experiencia com o Movie Maker

Este presente video "O uso de curtas de animação em sala de aula"  foi produzido na aula de Sábado  "A experiência videográfica na sua dimensão
formativa de produção e recepção" da professora Rosane Vieira, percebam que como primeira experiencia até que o trabalho final foi bom, pretendo colocar a entrevista (que ficou faltando pelo fato de não ter um software para converter de 3gp para avi) e uma trilha sonora, quando ficar pronto eu prometo postar no blog.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

ACESSO NEGADO


ACESSO NEGADO.

A página não pode ser exibida.

Você não tem permissão para acessar esta URL: http://www.youtube.com/

O servidor de controle de acessos negou a sua requisição, pois este site infringe alguma das regras da Política de Segurança da Informação da empresa, ou o acesso a este site não foi solicitado pelo seu gestor. Em caso de dúvidas entre em contato com a Gerência de Redes - GR/Cogel:

E-mail: internet@salvador.ba.gov.br

Ramal: 4083

Em 10 segundos, você será redirecionado para o Portal da Prefeitura Municipal do Salvador


Se vc já tentou navegar na internet sabe como é irritante não poder navegar nas imagens e fazer conteúdos educativos dos computadores da prefeitura pensando nisso mandei uma mensagem para lá

02/08/2010 18:30                

       Para:        internet@salvador.ba.gov.br

       cc:        

       Assunto:        Meu nome é aguinaldo e sou professor da rede e tenho algumas dúvidas

 

 

 

Por que sites como youtube ou mesmo uol são bloqueados?

 

Qual critério para o bloqueio de páginas?  

 

Professores (ou gestores) podem desbloquar estes sites, e no caso afirmativo como isso pode ser feito?

 

Sem mais agradeço

A resposta:


Prezado,

 

O critério para bloqueio de sites são:

        1) Pornografia

        2) Sites de Relacionamento ( Orkut, por exemplo )

        3) Sites de Downloads ( Ex , Megaupload , Rapishare )

        4) Sites solicitados pelas Secretarias

O critério para desbloqueio:

        1) Caso o site se encontre em um dos critérios de bloqueio, você terá que solicitar junto à sua Secretaria o desbloqueio do mesmo

        2) Caso contrário, envie um email para internet@salvador.ba.gov.br, onde sua solicitação será encaminhada a nossa Gerência Técnica para análise

 

 

Yuri Bahiano Pedral Sampaio

Analista de Suporte

Companhia de Governança Eletrônica do Salvador - COGEL

Rua Macapá, 271, Ondina, Salvador, BA CEP: 40170-150

Tel.: +55 (71) 2101-4027

E-mail: yuri.bahiano@salvador.ba.gov.br

Site: http://www.cogel.salvador.ba.gov.br

 

SEGURANÇA: Esta mensagem deve ser lida e utilizada apenas pelo(s) destinatário

(s) ao(s) qual(is) é endereçada e pode conter informações confidenciais ou sob

algum tipo de restrição legal de divulgação.

 

RESPONSABILIDADE SOCIAL: Preserve sua vida e o meio ambiente. Avalie a

necessidade de imprimir este documento




sexta-feira, 18 de junho de 2010

atividades prática do Minicurso “Educação e Tencologias da Informação e Comunicação

Olá, como atividades prática do Minicurso “Educação e Tencologias da Informação e Comunicação” sugiro um elenco de ações. O ideal é que vocês escolham um caminho a seguir e explorem as diferentes possibilidades. Vejam a relação abaixo.


Aceitar convite para entrada no grupo de discussão dos professores da rede municipal de ensino de Salvador-BA
Ouvir, ler, ver e refletir: cantando com Gilberto Gil, música Parabolicamará, letra e vídeo
Ouvir, ler, ver e refletir: cantando com Gilberto Gil, música Bandarlargando o Brasil, letra e vídeo
Escrever: relatando sobre o que mais marcou na discussão feita no Minicurso, em espaço de escrita colaborativa, no endereço http://cl1p.net/minicurso
Ler e refletir: conhecendo experiências educacionais com uso das TIC através do Portal Educa Rede, no endereço www.educarede.org.br
Buscar e Ler: baixando livros digitais através do Portal Domínio Público do MEC, no endereço www.dominiopublico.gov.br
Buscar e Ver: baixando vídeos no Youtube, no endereço www.youtube.com
Ler e discutir: conhecendo o texto base do Minicurso no Blog
Ler e comentar: debatendo os slides apresentados no Minicurso no Google Docs
Ler e discutir: informando-se sobre o que acontece nos centros de decisão sobre a educação na cidade, a exemplo da Câmara de Vereadores, que tem a uma comissão de educação, no endereço www.cms.ba.gov.br
Pesquisar, ler e socializar: acessando temas atuais sobre a prática nas escolas, Revista Nova Escola, no endereço www.revistanovaescola.com.br
Ler e refletir: pensando no “futuro da escola”, entrevista com Nelson Pretto
Buscar, ler e refletir: conhecendo um pouco mais sobre Pierre Lévy e a noção de inteligência coletiva e cibercultura
Buscar, ler e Refletir: conhecendo um pouco mais sobre Rheingold e a noção de comunidades virtuais
Buscar, ler e Refletir: conhecendo um pouco mais sobre Manuel Castells e a noção de sociedade em rede
Pesquisar: Conhecendo a enciclopédia livre, conhecida como wikipedia, no endereço www.wikipedia.org
Navegar: explorando as comunidades do orkut, no endereço www.orkut.com
Interagir: falando e teclando com uso do Skype e MSN (on-line)
Buscar: encontrando informações, imagens, locais no Google, no endereço www.google.com.br
Interagir: enviando mensagem através da lista de discussão, respondendo à questão “De que modo as TIC podem potencializar a sua prática pedagógica?”, através de seu e-mail
Responder mensagens recebidas na caixa de mensagem, de membros do grupo, através de seu e-mail


Alessandra Assis
Professora Adjunta da Faced/UFBA
Tel.: 71-9979 7815 ou 71-3283 7276
www.ufba.br/~alessand
MSN: bralessandra@hotmail.com
Skype: bralessandra

quinta-feira, 17 de junho de 2010

PROFESSOR – UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO

PROFESSOR – UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO

Por Verônica Dutenkefer (20/06/2009)

Esse texto que escrevo precisamente agora é mais um desabafo.

Desabafo de uma profissional que está lecionando há mais de 22 anos e que não sabe se sobreviverá por mais dez anos, que é o tempo que ainda precisarei trabalhar (por mais que ame muito o que faz).

Trago comigo muitas perguntas que não querem calar. E talvez a mais inquietante é: O que será necessário acontecer para se fazer uma reforma educacional neste país????

Constantemente ouço ou leio reportagens com as autoridades educacionais proclamarem a má formação de seus professores. Culpando as universidades, a falta de cursos de formação e culpando-nos evidentemente.

Se a educação neste país não vai bem só existe um culpado: o professor.

E aí vem meus questionamentos:

Como um professor de escola pública pode fazer o seu trabalho se ele precisa ficar constantemente parando sua aula para separar a briga entre os alunos, socorrer seu aluno que foi ferido por outro aluno, planejar várias aulas para se trabalhar os bons hábitos na tentativa vã de se formar cidadãos mais conscientes e de melhor caráter?

Nos cursos de formação nos é passado constantemente a recusa de um programa tradicional e conteudista, mas nossas avaliações de desempenho das escolas, nossos vestibulares e concursos públicos ainda são tradicionais e nos cobra o conteúdo de cada disciplina.

Como pode num país....num estado...num município haver regras tão diferentes entre a rede particular e pública?

Na rede particular as escolas continuam conteudistas, há a seriação com reprovação, a escola pode suspender ou até mesmo expulsar um aluno que não esteja respeitando as regras daquela instituição.

A rede pública vive mudando o enfoque pedagógico (de acordo com o partido que ganhou as eleições), é cobrado cada vez menos do aluno, não se pode fazer absolutamente nada com um aluno indisciplinado que até mesmo coloca em risco a segurança de outros alunos e funcionários daquela instituição.

Dia a dia...minuto a minuto... os professores são alvos de agressões verbais e até mesmo física pelos alunos. A cada dia somos submetidos a níveis de stress insuportáveis para um ser humano.

Temos que dar conta do conteúdo a ser ensinado + sermos responsáveis pela segurança física de nossos alunos + sermos médicos + enfermeiros + psicólogos + assistentes sociais + dentistas + psiquiatras + mãe + pai ......

E quando ameaçados de morte e recorremos a uma delegacia pra fazer um boletim de ocorrência ouvimos: “Isto não vai adiantar nada!”

Meus bons alunos presenciam o mal aluno fazendo tudo o que não pode ser feito e não acontecendo nada com ele. É o exemplo da impunidade desde a infância.

Meus bons alunos presenciam que o aluno que não fez absolutamente nada durante o ano, passou de ano como ele, que se esforçou e foi responsável.

Houve um ano que eu tinha um aluno que era muito bom. E ele começou a faltar muito e ir mal na escola. Os colegas diziam que ele ficava empinando pipa ao invés de ir pra escola. Um dia, tive uma conversa com ele, e perguntei o que estava acontecendo? E ele me disse: “Prá que eu vou vir prá escola se eu vou passar de ano mesmo assim?”

Então eu procurei aconselhar (como faço com meus alunos até hoje) que ele devia freqüentar a escola, não para tirar notas boas nas provas ou passar de ano. Ele deveria vir a escola para aumentar seu conhecimento que é o único bem que ninguém poderá roubar.Que a escola iria ajudá-lo a aprender e trocar conhecimentos com os outros e ajudá-lo a dar uma melhor formação na vida..

Depois dessa conversa ele não faltou mais tanto...mas nunca mais voltou a ser o excelente aluno que era.

Qual a motivação de ser bom aluno hoje em dia?

Seus ídolos são jogadores de futebol que não falam o português corretamente e que não hesitam em agredir seus colegas jogadores e até mesmo os árbitros. Ensinando que não é necessário haver respeito as autoridades e aos outros.

Ou são dançarinas que mostram seu corpo rebolando na televisão e pousando nuas para ganhar dinheiro.

Para quê eu me matar de estudar se há tantas profissões que não são valorizados e nem respeitadas???

Conheci (e ainda conheço e convivo) ao longo de minha carreira na escola pública, inúmeros profissionais maravilhosos. Pessoas que amam a sua profissão, que se preocupam com seus alunos, que fazem trabalhos excepcionais. Que possuem um conhecimento e formação excelentes, mas que estão desgastados e quase arrasados diante da atual situação educacional.

Li a poucos dias num artigo que os cursos de filosofia, matemática, química, biologia e outros todos ligados a área de magistério não estão tendo procura nas universidades.

Lógico!!!!!Quem é que quer ser professor?????????

Quem é que quer entrar numa carreira que está sendo extinta, não só pela total desvalorização e respeito, mas também pela falta de segurança que estamos enfrentando nas escolas.

Fiquei indignada com uma reportagem na TV (que aliás adora fazer reportagens sensacionalistas colocando o professor sempre como vilão da história) em que relatava que numa escola um aluno ameaçava os outros com um revólver e num determinado momento o repórter perguntou:”Onde estava o professor que não viu isso??!!”

E agora eu pergunto: “O que se espera de um professor (ou de qualquer ser humano), que se faça com uma arma apontada pra você ou pra outro ser humano??? Ah...já sei...o professor deveria enfrentar as balas do revólver!!!! Claro!!! As universidades e os cursos de aperfeiçoamento de professores não estão nos ensinando isso..

Vocês tem conhecimento de como os professores de nosso país estão adoecendo????

Vocês sabem o que é enfrentar o stress que a violência moral e física tem nos submetido dia a dia?

Você sabe o que é ouvir de um pai frases assim:

“Meu filho mentiu, mas ele é apenas uma criança!”

“Eu não sei mais o que fazer com o meu filho!”

“Você está passando muita lição para meu filho, e ele é apenas uma criança!”

“Ele agrediu o coleguinha, mas não foi ele quem começou.”

“Meu filho destruiu a escola, mas não fez isso sozinho!”

Classes super lotadas, falta de material pedagógico, espaço físico destruído, violência, desperdício de merenda, desperdício de material escolar que eles recebem e, muitas vezes, não valorizam (afinal eles não precisam fazer absolutamente nada para merecê-los), brigas por causa do “Leve-leite” (o aluno não pode faltar muito, não por que isso prejudica sua aprendizagem, mas porque senão ele não leva o leite.)

Regras educacionais dissonantes de acordo com a classe social dos alunos.

Impunidade.

Mas a educação não vai bem, por causa do professor..

Encerro esse desabafo com essa pergunta que li a poucos dias:

Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável.

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

É-DU-CASSÃO


A Evolução da Educação.

Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia... Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas.


Leiam relato de uma Professora de Matemática:

Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer. Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. Por que estou contando isso?

Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:


1. Ensino de matemática em 1950:


Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?


2. Ensino de matemática em 1970:


Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?


3. Ensino de matemática em 1980:


Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Qual é o lucro?


4. Ensino de matemática em 1990:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:

a) ( )R$ 20,00

b) ( )R$ 40,00

c) ( )R$ 60,00

d) ( )R$ 80,00

e) ( )R$ 100,00


5. Ensino de matemática em 2000:


Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00.


Está certo?

a) ( )SIM

b) ( ) NÃO


6. Ensino de matemática em 2009:


Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.

a) ( )R$ 20,00

b) ( )R$ 40,00

c) ( )R$ 60,00

d) ( )R$ 80,00

e) ( )R$ 100,00


7. Em 2010 vai ser assim:


Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00. (Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder)

a) ( )R$ 20,00

b) ( )R$ 40,00

c) ( )R$ 60,00

d) ( )R$ 80,00

e) ( )R$ 100,00


E se um moleque resolve pichar a sala de aula e a professora faz com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos, pois a professora provocou traumas na criança.


Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive..."


Precisamos começar JÁ!

Utilidade Pública - Sites Úteis

Utilidade Pública - 29 Sites Úteis


01 . Quando for comprar qualquer coisa não deixe de consultar o site GastarPouco.
wwwgastarpouco.com

02. Serviço dos cartórios de todo o Brasil, que permite solicitar documentos via internet:
www.cartorio24horas.com.br/index.php

03. Site de procura e reserva de hotéis em todo o Brasil,por cidade, por faixa de preços, reservas etc.:
www.hotelinsite.com.br

04. Site que permite encontrar o transporte terrestre entre duas cidades, a transportadora, preços e horários:
https://appweb.antt.gov.br/transp/secao_duas_localidades.asp'

05 . Encontre a Legislação Federal e Estadual por assunto ou por número, além de súmulas dos STF, STJ e TST:
www.soleis.adv.br

06. Tenha a telinha do aeroporto de sua cidade em sua casa,chegadas e partidas:
www.infraero.gov.br/pls/sivnet/voo_top3v.inip_cd_aeroporto_ini=

07. Encontre a melhor operadora para utilizar em suas chamadas telefônicas:
http://sistemas.anatel.gov.br/sipt/Atualizacao/Importanteaspp'

08. Encontre a melhor rota entre dois locais em uma mesma cidade ou entre duas cidades, sua distância, além de localizar a rua de sua cidade:
www.mapafacil.com.br

09. Encontre o mapa da rua das cidades, além de localizar cidades:
http://mapas.terra.com.br/Callejero/home.asp

10 Confira as condições das estradas do Brasil, além da distância entre as cidades:
www.dnit.gov.br

11. Caso tenha seu veiculo furtado, antes mesmo de registrar ocorrência na polícia, informe neste site o furto.O comunicado às viaturas da DPRF é imediato:
www..dprfgov.br/ver.cfmlink==form_alerta

12. Tenha o catálogo telefônico do Brasil inteiro em sua casa. Procure o telefone daquele amigo que estudou contigo no colégio:
www.102web.com.br

13. Confira os melhores cruzeiros,datas, duração,preços, roteiros, etc.:
www.bestpricecruises.com/default.asp

14.. Vacina anti-câncer (pele e rins). OBS: ESTA VACINA DEVE SER SOLICITADA PELO MÉDICO ONCOLOGISTA:
www.vacinacontraocancer.com.br/hybricell/home.html

15. Indexador de imagens do Google - captura tudo que é foto e filme de dentro de seu computador e os agrupa, como você desejar:
www.picasa.com

16. Semelhante ao Internet Explorer , porem muito mais rápido e eficiente, e lhe permite adicionar os botões que desejar, ou seja, manipulado como você o desejar:
www.mozilla.org.br/firefox

17. Site de procura, semelhante ao GOOGLE:
www.gurunet.com

18. Site que lhe dá as horas em qualquer lugar do mundo:
www.timeticker.com/main.htm

19. Site que lhe permite fazer pesquisas dentro de livros:
www.a9.com

20. Site que lhe diz tudo do Brasil desde o descobrimento por Cabral:
www.historiadobrasil.com.br

21. Site que o ajuda a conjugar verbos em 102 Idiomas:
www.verbix.com

22. Site de conversão de Unidades:
www.webcalc.com.br/convers ões/area.html

23. Site para envio de e-mails pesados, acima de 50Mb:
www.dropload.com

24. Site para envio de e-mails pesados, sem limite de capacidade:
www.sendthisfile.com

25. Site que calcula qualquer correção desde 1940 até hoje, informando todos os indices disponiveis no mercado financeiro.. Grátis para Pessoa Física:
www.debit.com.br

26. Site que lhe permite falar e ver pela internet com outros computadores,ou LHE PERMITE FALAR DE SEU COMPUTADOR COM TELEFONES FIXOS E CELULARES EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO GRÁTIS - De computador para computador, voz + imagem. De computador para telefone fixo ou celular:
www.skype.com

27. Site que lhe permite ler jornais e revistas de todo o mundo.
wwwindkx.com/index.htm

28. Site de procura de pessoas e empresas nos EUA. Só para achar a pessoa ou a empresa com endereço e telefone-GRATIS. Se quizer levantamento completo de tudo o que a pessoa tem como patrimonio, tudo que teve de problema judicial e financeiro, e outras coisas mais, ai pode custar até US$80,00 com valores intermediarios:
wwwussearch.com/consumer/index.jsp

29 .. Site de camaras virtuais, funcionando 24 hs por dia ao redor do mundo:
www.earthcam.com

Livros digitais

SOCIALIZANDO INFORMAÇÃO

Livros digitais disponíveis para download

Para "baixar" os livros e só clicar no link e em seguida vai abrir uma nova janela, depois disso é so clicar em "DOWNLOAD NOW", quando vocês clicarem abrirá uma nova página, nessa página é só clicar em "Click here to download this file " e depois e só esperar fazer o download. É fácil.



Marinheiros e Professores - Celso Antunes
http://www.4shared. com/file/ 1893165/599b425f /celso_antunes_ -_marinheiros_ e_professores. html


Pedagogia da Autonomia - Paulo Freire
http://www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf%5Cpedagogia_da_autonomia_-_paulofreire.pdf substitui

Glossário de Bolso para educadores - Celso Antunes
http://www.4shared. com/file/ 1893166/c09213e5 /celso_antunes_ -_glossrio_ de_bolso_ _a__para_ educadore_ a_s.html


A Mulher escondida na Professora - Alicia Fernandez
http://www.4shared. com/file/ 3033088/8917f2be /alicia_fernande z_-_a_mulher_ escondida_ na_professora. html

Os Idiomas do Aprendente - Alicia Fernandez
http://www.4shared. com/file/ 4370312/1e405bbe /alicia_fernndez _-_os_idiomas_ do_aprendente_ _doc___rev_ .html


A Criança na fase inicial da escrita - Ana Luiza Bustamante Smolka
http://www.4shared. com/file/ 1893846/fd754ae8 /ana_luiza_ bustamante_ smolka_-_ a_criana_ na_fase_inicial_ da_escrita. html

Histórias de gente que ensina e aprende - Andréa Cecília Ramal
http://www.4shared. com/file/ 1893845/647c1b52 /andre_cecilia_ ramal_-_histrias _de_gente_ que_ensina_ e_aprende. html

Iluminando os caminhos da pré-escola - Aparecida Maria Maia Cavalcante (artigo)
http://www.4shared. com/file/ 1893843/8d1fbe67 /aparecida_ maria_maia_ cavalcante_ -_iluminando_ os_caminhos_ da_pr-escola. html


A alegria de ensinar - Rubem Alves
http://www.4shared. com/file/ 44632190/ ca0f28a4/ rubem_alves_ -_a_alegria_ de_ensinar. html

Conversas com quem gosta de ensinar - Rubem Alves
http://www.4shared. com/file/ 44632234/ 35cbba6e/ rubem_alves_ -_conversas_ com_quem_ gosta_de_ ensinar.html

Livros on line – Paulo Freire http://www.cefetrn.br/ensino/cursos-oferecidos/pos-graduacao/especializacao-proeja/livros-paulo-freire novo

Ação cultural para a liberdade - Paulo Freire
http://www.4shared. com/file/ 1893711/153a6c33 /paulo_freire_ -_ao_cultural_ para_a_liberdade .html

Educação e Mudança - Paulo Freire
http://www.esnips. com/doc/86b1f76f -0b74-4952- a7f2-a51b2ace435 5/Paulo-Freire- --Educação- e-mudança- (pdf)

Extensão ou Comunicação? - Paulo Freire
http://www.4shared. com/file/ 1893701/c215d72/ paulo_freire_ -_extenso_ ou_comunicao. html

Medo e Ousadia: O Cotidiano do Professor - Paulo Freire e Ira Shor
http://www.4shared. com/file/ 1893699/d2fa043e /paulo_freire_ -_medo_e_ ousadia.html

Pedagogia da Esperança - Paulo Freire
http://www.4shared. com/file/ 1893695/db4c4815 /paulo_freire_ -_pedagogia_ da_esperana. html

Pedagogia: Diálogo e Conflito - Paulo Freire, Moacir Gadotti e Sérgio Guimarães
http://www.4shared. com/file/ 1893702/95280cc8 /paulo_freire_ -_pedagogia_ dialogo__ conflito. html

Política e Educação: Ensaios - Paulo Freire
http://www.4shared. com/file/ 1893698/a5fd34a8 /paulo_freire_ -_politica_ e_educacao. html
Professora sim, Tia não: Cartas a quem ousa ensinar - Paulo Freire
http://www.4shared. com/file/ 1893694/ac4b7883 /paulo_freire_ -_professora_ sim_tia_no. html

Pedagogia da Indignação - Paulo Freire
http://www.4shared. com/file/ 1893705/b4c996b/ paulo_freire_ -_pedagogia_ da_indignacao. html

Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
http://www.4shared. com/file/ 1893700/7b266de4 /paulo_freire_ -_pedagogia_ do_oprimido. html

Por uma pedagogia da pergunta - Paulo Freire
http://www.4shared. com/file/ 1893696/424519af /paulo_freire_ -_por_uma_ pedagogia_ da_pergunta. html

A escuta do filho-aluno: Elo de ligação entre o sistema familiar e o escolar - Maria da Graça Bianchini
http://www.4shared. com/file/ 1894139/b08dc288 /maria_da_ graa_bianchini_ -_a_escuta_ do_filho- aluno_-_elo_ de_ligao_ entre_o_sistema_ familiar_ e_o_escolar. html

Da arte de aprender ao ofício de ensinar - Maria Inês Laranjeira
http://www.4shared. com/file/ 1894135/b93b8ea3 /maria_ins_ laranjeira_ -_da_arte_ de_aprender_ ao_ofcio_ de_ensinar. html

A Educação do Surdo no Brasil - Maria Aparecida Leite Soares
http://www.esnips. com/doc/2e96baaa -c265-4451- bb7d-ade92c4bb60 9/Maria-Aparecid a-Leite-Soares- --A-Educaçã o-do-Surdo- no-Brasil- (doc)(rev)

BIBLIOTECAS VIRTUAIS

Base de dados via INTERNET
Bireme–www.bireme.br(saúde)
USP –www.usp.br/sibi
UNB www.bce.unb.br
Senado –www.senado.br/livrosdo.htm
Embrapa –www.cnptia.embrapa.gov.br/serviços
SciELO(FAPESP/BIREME/CNPq)-www.scielo.br
SBICAFE -www.sbicafe.ufv.br/SBICafe


Portal: periódicos.capes

Portal de Periódicos da CAPES oferece acesso aos textos completos de artigos de mais de 10.000 periódicos nacionais e estrangeiros.
Acesso ao portal da CAPES através do endereço http://www.periodicos.capes.gov.br/
Não é necessário uso de senhas. Basta estar conectado à Intranet CEUNES.


Tipos de Fontes Bibliográficas


Fontes primárias:Contém trabalhos originais com conhecimento original e publicado pela primeira vez pelos autores. Exemplos: Monografias, teses universitárias, livros, relatórios técnicos, artigos em revistas científicas,anais de congressos.

Fontes secundárias:Contém trabalhos não originais e que basicamente citam, revisam e interpretam trabalhos originais. Exemplos: Artigos de revisão bibliográfica, livros-texto, tratados, enciclopédias, artigos de divulgação.

Fontes terciárias:Contém índices categorizados de trabalhos primários e secundários, com ou sem resumo. Exemplos: Bases de dados bibliográficos, índices e listas bibliográficas.


CIENTÍFICOS

Banco de Teses - resumos de teses e dissertações apresentadas no Brasil desde 1987: www.capes.gov.br

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – textos integrais de parte das teses e dissertações
apresentadas na USP: www.teses.usp.br

Biblioteca Virtual em Saúde - revistas científicas e dados de pesquisas sobre adolescência, ambiente e saúde : www.bireme.br Digital Library of MIT Theses-algumas teses do Instituto de Tecnologia de Massachusetts; a mais antiga é de 1888: theses.mit.Edu

Great Images in Nasa - imagens históricas da agência espacial americana: grin.hq.nasa.gov

ProQuest Digital Dissertations - sistema para pesquisar resumos de teses e de dissertações:
wwwlib.umi.com/dissertations

Public Health Image Library - fotos, ilustrações e animações voltadas para o esclarecimento de questões de saúde pública: phil.cdc.gov

PubMed - referências a 14 milhões de artigos biomédicos: www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi

SciELO - biblioteca eletrônica com periódicos científicos brasileiros: www.scielo.br

ScienceDirect - mais de 1.800 revistas, de "ACC Current Journal Review" a "Zoological Journal": www.sciencedirect.com

Universia Brasil - busca teses nas universidades públicas paulistas e na PUC- PR: www.universiabrasil.net/busca_teses.jsp

DIVERSAS

UOL Biblioteca - dicionários, guias de turismo e especiais noticiosos: www.uol.com.br/bibliot

Biblioteca Apostólica Vaticana - biblioteca que possui um arquivo secreto: bav.vatican.va

Biblioteca Central - localize os livros das bibliotecas da UFRGS: www.biblioteca.ufrgs.br

Biblioteca del Congreso - item Expo Virtual mostra alguns tesouros dessa biblioteca argentina: www.bcnbib.gov.ar

Biblioteca Digital Andina - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru estão representados: www.comunidadandina.org/bda

Biblioteca Digital de Obras Raras - livros completos digitalizados, como um de Lavoisier editado no século 19: www.obrasraras.usp.br

Biblioteca do Hospital do Câncer - índice desse acervo especializado em oncologia: www.hcanc.org.br/outrasinfs/biblio/biblio1.html

Biblioteca do Senado Federal - sistema de busca nos 150 mil títulos da biblioteca: www.senado.gov.br/biblioteca

Biblioteca Mário de Andrade - acervo, eventos e história da principal biblioteca de São Paulo: www.prefeitura.sp.gov.br/mariodeandrade
Biblioteca Nacional de Portugal - apresenta páginas especiais com reproduções relacionadas a Eça de Queirós e a Giuseppe Verdi, entre outros: www.bn.pt

Biblioteca Nacional de España - entre as exposições virtuais, uma interessante coleção cartográfica do século 16 ao 19: www.bne.es

Biblioteca Nacional de la República Argentina - biblioteca, mapoteca e fototeca: www.bibnal.edu.ar

Biblioteca Nacional de Maestros - biblioteca argentina voltada para a comunidade educativa: www.bnm.me.gov.ar

Biblioteca Nacional del Perú - alguns livros eletrônicos, mapas e imagens: www.binape.gob.pe

Biblioteca Nazionale Centrale di Roma - expõe detalhes de obras antigas de seu catálogo: www.bncrm.librari.beniculturali.it

Biblioteca Româneasca - textos em romeno e dados sobre autores do país: biblioteca.euroweb.ro

Biblioteca Virtual Galega - textos em língua galega, parecida com o português: bvg.udc.es

Bibliotheca Alexandrina - conheça a instituição criada à sombra da famosa biblioteca, que sumiu há mais de 1.600 anos: www.bibalex.org/website

California Digital Library - imagens e e-livros oferecidos pela Universidade da Califórnia: californiadigitallibrary.org

Celtic Digital Library - história e literatura celtas: celtdigital.org

Círculo Psicanalítico de Minas Gerais - acervo especializado em psicanálise: www.cpmg.org.br/n_biblioteca.asp

Cornell Library Digital Collections - compilações variadas, sobre agricultura e matemática, por exemplo: moa.cit.cornell.edu

Corpus of Electronic Texts - história, literatura e política irlandesas: www.ucc.ie/celt
Crime Library - histórias reais de criminosos, espiões e terroristas:
www.crimelibrary.com

Educ.ar Biblioteca Digital - em espanhol, apresenta livros e revistas de "todas as disciplinas": www.educ.ar/educar/superior/biblioteca_digital

Gallica - Bibliothèque Numérique - volumes da Biblioteca Nacional da França digitalizados: gallica.bnf.fr

Human Rights Library - mais de 14 mil documentos relacionados aos direitos humanos: www1.umn.edu/humanrts

IDRC Library - textos e imagens desse centro de estudos do desenvolvimento
internacional: www.idrc.ca/library

Internet Ancient History Sourcebook - página dedicada à difusão de documentos da
Antiguidade: www.fordham.edu/halsall/ancient/asbook.html

Internet Archive - guarda páginas da internet em seus diversos estágios de evolução: www.archive.org

Internet Public Library - indica páginas em que se podem ler documentos sobre áreas
específicas do conhecimento: www.ipl.org

John F. Kennedy Library - sobre o presidente americano John F. Kennedy, morto em 1963: www.cs.umb.edu/jfklibrary

LibDex - índice para localizar mais de 18 mil bibliotecas do mundo todo e seus sites: www.libdex.com

Lib-web-cats - enumera bibliotecas de mais de 60 países, mas o foco são os EUA e o Canadá: www.librarytechnology.org/libwebcats

Libweb - outro site de busca de instituições, com 6.600 links de 115 países: sunsite.berkeley.edu/Libweb

Mosteiro São Geraldo - livros e periódicos sobre história e literatura húngara, filosofia, teologia e religião: www.msg.org.br

National Library of Australia - divulga periódicos australianos da década de 1840: www.nla.gov.au
Oxford Digital Library - centraliza acesso a projetos digitais das bibliotecas da Universidade de Oxford: www.odl.ox.ac.uk
Perseus Digital Library - dedicado a estudos sobre os gregos e romanos antigos: www.perseus.tufts.edu

Servei de Biblioteques - bibliotecas da Universidade Autônoma de Barcelona: www.bib.uab.es

The Aerial Reconnaissance Archives - recém-lançado, site promete divulgar 5 milhões de fotos aéreas da Segunda Guerra Mundial: www.evidenceincamera.co.uk

The British Library - além de busca no catálogo, tem coleções virtuais separadas por região geográfica: www.bl.uk

The Digital Library - diversas coleções temáticas, como a de escritoras negras americanas do século 19: digital.nypl.org

The Digital South Asia Library - periódicos, fotos e estatísticas que contam a história do Sul da Ásia: dsal.uchicago.edu

The Huntington - grande quantidade de obras raras em arte e botânica: www.huntington.org

The Math Forum - textos que se propõem a auxiliar no ensino da matemática: mathforum.org/library

The New Zealand Digital Library - destaque para os arquivos sobre questões humanitárias: www.sadl.uleth.ca/nz/cgi-bin/library

Treasures of Keyo University - um dos destaques é a reprodução da Bíblia de Gutenberg: www.humi.keio.ac.jp/treasures
Unesco Libraries Portal - informações sobre bibliotecas e projetos voltados para a preservação da memória: www.unesco.org/webworld/portal_bib

UT Library Online - possui uma ampla coleção de mapas: www.lib.utexas.edu

BIBLIOTECAS VIRTUAIS

Alexandria Virtual - acervo variado, de literatura a humor: www.alexandriavirtual.com.br

Bartleby.com - importantes textos, como os 70 volumes da "Harvard Classics" e a obra completa de Shakespeare: www.bartleby.com

Bibliomania - 2.000 textos clássicos e guias de estudo em inglês: www.bibliomania.com

Biblioteca dei Classici Italiani - literatura italiana, dos "duecento" aos "novecento":
www.fausernet.novara.it/fauser/biblio

Biblioteca Electrónica Cristiana - teologia e humanidades vistas por religiosos: www.multimedios.org

Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro - especializada em literatura em língua portuguesa: www.bibvirt.futuro.usp.br

Biblioteca Virtual - Literatura - pretende reunir grandes obras literárias: www.biblio.com.br

Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes - cultura hispano-americana: www.cervantesvirtual.com

Biblioteca Virtual Universal - textos infanto-juvenis, literários e técnicos: www.biblioteca.org.ar

Contos Completos de Machado de Assis - mais de 200 contos de Machado de Assis:
www.uol.com.br/machadodeassis

Cultvox - serviço que oferece alguns e-livros gratuitamente e vende outros: www.cultvox.com.br

Dearreader.com - clube virtual que envia por e-mail trechos de livros: www.dearreader.com

Booksbrasil - livros eletrônicos gratuitos em diversos formatos: www.ebooksbrasil.com

iGLer - acesso rápido a duas centenas de obras literárias em português: www.ig.com.br/paginas/novoigler/download.html

International Children's Digital Library – pretende oferecer e-livros infantis em cem línguas: www.icdlbooks.org

IntraText - textos completos em diversas línguas, entre elas o latim: www.intratext.com

Jornal da Poesia - importante acervo de poesia em língua portuguesa, com textos de mais de 3.000 autores:www.secrel.com.br/jpoesia

Net eBook Library - biblioteca virtual com parte do acervo restrito a assinantes do site: netlibrary.net

Nuovo Rinascimento - especializado em documentos do Renascimento italiano: www.nuovorinascimento.org/n-
rinasc/homepage.htm

Online Literature Library - pequena coleção para ler diretamente no navegador: www.literature.org

Progetto Manuzio - textos em italiano para download, incluindo óperas: www.liberliber.it/biblioteca

Project Gutenberg - mantido por voluntários, importante site com obras integrais disponíveis gratuitamente: www.gutenberg.net

Proyecto Biblioteca Digital Argentina – obras consideradas representativas da literatura argentina: www.biblioteca.clarin.com

Romanzieri.com - livros eletrônicos em italiano compatíveis com o programa Microsoft Reader:
www.romanzieri.com

Sololiteratura.com - textos sobre autores hispano-americanos: www.sololiteratura.com

Textos de Literatura Galega Medieval - pequena seleção de poesias e histórias medievais:
www.usc.es/~ilgas/escolma.html
The Literature Network - poemas, contos e romances de aproximadamente 90 autores: www.online-literature.com

The Online Books Page - afirma ter mais de 20 mil livros on-line: digital.library.upenn.edu/books

The Online Medieval and Classical Library – obras literárias clássicas e medievais: sunsite.berkeley.edu/OMACL

Usina de Letras - divulga a produção de escritores independentes: www.usinadeletras.com.br

Virtual Book Store - literatura do Brasil e estrangeira, biografias e resumos: www.vbookstore.com.br

Virtual Books Online - e-livros gratuitos em português, inglês, francês, espanhol, alemão e
italiano: /">virtualbooks.terra.com.br

ASSOCIAÇÕES

American Library Association - sobre o sistema de bibliotecas dos EUA: www.ala.org

Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas - publicações indicadas e agenda de eventos da área: www.apbad.pt

Association des Bibliothécaires Français - dossiês sobre o sistema francês de bibliotecas e temas correlatos: www.abf.asso.fr

Conselho Federal de Biblioteconomia - atualidades e links de interesse da área: www.cfb.org.br

Conselho Regional de Biblioteconomia de São Paulo - legislação e eventos da biblioteconomia: www.crb8.org.br

Council on Library and Information Resources - organização que se preocupa com a preservação de informações: www.clir.org

European Bureau of Library, Information and Documentation Associations - entidade européia dedicada à promoção da ciência da informação: www.eblida.org

International Federation of Library Associations and Institutions - associação com membros em mais de 150 países: www.ifla.org

Sociedad Española de Documentación e Información Científica - oportunidades, como cursos virtuais: www.sedic.es

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Novos ditados

Era digital
por Lucilia de Morais Amaral - segunda, 14 junho 2010, 01:08

Queridos colegas, como estamos na "Era Digital", foi necessário rever os velhos ditados existentes e adaptá-los à nova realidade. Veja abaixo...

> 1. A pressa é inimiga da conexão.
>
> 2. Amigos, amigos, senhas à parte.
>
> 3. A arquivo dado não se olha o formato.
>
> 4. Diga-me que chat frequentas e te direi quem és.
>
> 5. Para bom provedor uma senha basta.
>
> 6. Não adianta chorar sobre arquivo deletado.
>
> 7. Em briga de namorados virtuais não se mete o mouse.
>
> 8. Hacker que ladra, não morde.
>
> 9. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.
>
> 10. Mouse sujo se limpa em casa.
>
> 11. Melhor prevenir do que formatar.
>
> 12. Quando um não quer, dois não teclam.
>
> 13. Quem clica seus males multiplica.
>
> 14. Quem com vírus infecta, com vírus será infectado.
>
> 15. Quem envia o que quer, recebe o que não quer...
>
> 16. Quem não tem banda larga, caça com modem.
>
> 17. Quem semeia e-mails, colhe spams.
>
> 18. Quem tem dedo vai a Roma.com
>
> 19. Vão-se os arquivos, ficam os back-ups.
>
> 20. Na informática nada se perde nada se cria. Tudo se copia... E depois
> se cola (esta ultima não é recomendada sem que se coloque as devidas referências).

Leis que protegem o professor

SENADO FEDERAL
PROJETO DE LEI DO SENADO
Nº 191, DE 2009
Estabelece procedimentos de socialização e de
prestação jurisdicional e prevê medidas protetivas para
os casos de violência contra o professor oriunda da
relação de educação.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Esta Lei estabelece procedimentos de socialização e de prestação
jurisdicional e prevê medidas protetivas para os casos de violência contra o professor
oriunda da relação de educação.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, configura violência contra o professor
qualquer ação ou omissão decorrente da relação de educação que lhe cause morte, lesão
corporal ou dano patrimonial, praticada direta ou indiretamente por aluno, seus pais ou
responsável legal, ou terceiros face ao exercício de sua profissão.
Capítulo I
DO ATENDIMENTO INICIAL
Art. 3º Na hipótese de iminência ou de prática de violência contra o
professor, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de forma
imediata, as seguintes providências:
I – garantirá proteção, quando necessário, comunicando de imediato ao
Ministério Público e ao Poder Judiciário;
2
II – encaminhará o professor ofendido ao hospital ou posto de saúde e ao
Instituto Médico Legal;
III – fornecerá transporte para local seguro quando houver risco à vida;
IV – acompanhará, se necessário, o professor ofendido, para assegurar a
retirada de seus pertences do estabelecimento de ensino ou local da ocorrência;
V – comunicará o ocorrido aos pais ou responsável legal do agressor, se
menor de dezoito anos;
VI – informará ao professor os direitos a ele conferidos nesta Lei.
Art. 4º Em todos os casos de violência contra o professor, feito o registro da
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos,
sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal e na Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente):
I – ouvir o ofendido, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a
termo, se apresentada;
II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de
suas circunstâncias;
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao
juiz com o pedido do professor ofendido, para a concessão das medidas protetivas de que
trata esta Lei;
IV – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito do ofendido e
requisitar outros exames periciais necessários;
V – ouvir o agressor, seus pais ou responsável legal, o diretor do
estabelecimento de ensino e as testemunhas;
VI – remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao
Ministério Público.
Art. 5º Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o agressor menor de
dezoito anos será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público no mesmo dia
3
ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato
infracional e sua repercussão social, deva o agressor permanecer sob internação, para
garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
Art. 6º Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde
logo, o agressor ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial
encaminhará o agressor à entidade de atendimento de que trata a Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que fará a apresentação ao
representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a
apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada,
o agressor aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a maiores,
não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.
Art. 7º Sendo o agressor liberado, a autoridade policial encaminhará
imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou
boletim de ocorrência.
Capítulo II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS
Art. 8º Recebido o expediente com o pedido do ofendido, a que se refere o
inciso III do art. 4º desta Lei, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I – conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas
protetivas;
II a – determinar o encaminhamento do professor ofendido ao órgão de
assistência judiciária, quando for o caso;
4
III – comunicá-lo ao Ministério Público, para que adote as providências
cabíveis.
Art. 9º As medidas protetivas poderão ser concedidas pelo juiz de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido do professor ofendido.
§ 1o As medidas protetivas poderão ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público,
devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2o As medidas protetivas serão aplicadas isolada ou cumulativamente e
poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia.
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido do
professor ofendido, conceder novas medidas protetivas ou rever aquelas já concedidas,
se entender necessário à proteção do professor, de seus familiares ou de seu patrimônio,
ouvido o Ministério Público.
Art. 10. Constatada a prática de violência contra o professor, nos termos
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor as seguintes medidas protetivas,
entre outras que julgar necessárias:
I – afastamento do estabelecimento de ensino, com matrícula garantida em
outro, se necessário, ou mudança de turma ou sala, dentro do mesmo estabelecimento de
ensino;
II – proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximar-se do professor ofendido, de seus familiares, de seus bens e,
se necessário, das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância;
b) frequentar determinados lugares, a fim de preservar a integridade física e
psicológica do professor ofendido.
§ 1o Para garantir a efetividade das medidas protetivas, poderá o juiz
requisitar, a qualquer momento, auxílio de força policial.
§ 2o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto
no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
de Processo Civil).
5
§ 3o O juiz poderá ainda encaminhar o agressor e, se necessário, seus pais
ou responsável legal a programa oficial ou comunitário de assistência e orientação.
Art. 11. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I – encaminhar o professor ofendido a programa oficial ou comunitário de
proteção ou de assistência;
II – determinar a recondução do professor ofendido ao respectivo
estabelecimento de ensino, após afastamento do agressor;
III – determinar o acesso prioritário do professor à remoção, quando servidor
público;
IV – determinar a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o
afastamento do professor do local de trabalho, por até 6 (seis) meses.
Art. 12. Para a proteção patrimonial dos bens do professor, o juiz poderá
determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor;
II – prestação de caução provisória, pelo agressor ou seus pais ou
responsável legal, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes
da prática de violência contra o professor.
Capítulo III
DOS PROCEDIMENTOS
Art. 13. Feito o registro de ocorrência e observado o disposto no art. 4º
desta Lei, observar-se-á, no caso de agressor penalmente imputável, o previsto no
Código de Processo Penal.
Art. 14. No caso de agressor menor de dezoito anos, aplica-se o disposto
nesta Lei e, subsidiariamente, na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente).
Art. 15. Apresentado o agressor, o representante do Ministério Público, no
mesmo dia e tendo à vista o auto de apreensão, o boletim de ocorrência ou o relatório
6
policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os
antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva, na
presença de seus pais ou responsável, do professor ofendido, do diretor do
estabelecimento de ensino e, se necessário, das testemunhas.
Art. 16. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o
representante do Ministério Público proporá acordo de conciliação, levando em
consideração as circunstâncias do caso concreto.
Art. 17. Promovido o acordo, os autos serão conclusos, para homologação,
à autoridade judiciária, que determinará o seu cumprimento.
Parágrafo único. Se a autoridade judiciária não anuir aos termos do acordo,
designará audiência de conciliação, em que deverão estar presentes o professor
ofendido, o agressor, seus pais ou responsável, o diretor do estabelecimento de ensino, o
representante do Ministério Público e, se necessário, as testemunhas.
Art. 18. Não havendo acordo, o procedimento seguirá nos termos dos arts.
182 e seguintes da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
Art. 19. O juiz, quando julgar mais adequada a aplicação da medida
socioeducativa de prestação de serviços à comunidade, determinará que as tarefas sejam
executadas no estabelecimento de ensino em que o agressor está matriculado.
Capítulo IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 20. Os estabelecimentos de ensino desenvolverão mecanismos internos
de solução de conflitos entre professores e alunos e manterão equipe de atendimento
multidisciplinar, integrada por profissionais das áreas psicossocial e de saúde, para
prestar assistência aos professores e alunos.
Art. 21. O Ministério Público ou o juiz, quando das audiências de que tratam
os artigos 15 e 17 desta Lei, poderão impor advertência ou multa, a depender da
gravidade do fato, ao estabelecimento de ensino que não tenha atuado de forma
satisfatória para a solução de conflitos entre professores e alunos.
Parágrafo único. A multa de que trata este artigo não poderá ser superior a
cem salários mínimos.
7
Art. 22. Esta Lei entra em vigor trinta dias após a sua publicação.
JUSTIFICAÇÃO
O importante estudo intitulado A Vitimização de Professores e a
“Alunocracia” na Educação Básica, elaborado pela doutora em Educação Tânia Maria
Scuro Mendes e pela aluna Juliana Mousquer Torres, traça um quadro preocupante da
realidade da educação no Brasil. A pesquisa, de natureza quantitativa e qualitativa,
apontou alguns graves problemas, que merecem a atenção da sociedade e do Congresso
Nacional: a) os professores são vítimas de ameaças e de agressões verbais e físicas; b)
as escolas, por meio de suas equipes diretivas, geralmente limitam-se a solicitar a
presença de pais ou responsáveis e a efetivar registros de advertência aos alunos que
praticam agressões contra professores; c) no universo pesquisado, 58% dos professores
não se sentem seguros em relação às condições ambientais e psicológicas nos seus
contextos de trabalho; d) 87% não se consideram amparados pela legislação educacional
quando se vêem vítimas de agressões praticadas por alunos; e) 89% dos professores
gostariam de poder contar com leis que os amparassem no que tange a essa situação.
O estudo aponta alguns elementos que explicariam o atual problema da
violência sofrida pelos professores nas escolas:
a) a assimetria jurídico-instrumental entre professores e alunos: o
ordenamento jurídico fornece um forte aparato de proteção a um lado (crianças e
adolescentes), sem um correspondente contrapeso do outro (educadores);
b) a cada vez maior ausência dos pais ou excesso de permissividade na
educação dos filhos: a sociedade moderna tem exigido dos professores um papel social
de substituição dos pais na função de educar;
c) as escolas não têm mecanismos adequados de solução de conflitos;
d) a inoperância dos Conselhos Tutelares;
e) o isolamento institucional do professor: a direção das escolas tende a
apoiar os alunos e seus familiares.
Com base nas conclusões desse estudo, propomos o presente projeto de lei,
com a estratégia legislativa de fortalecer o aparato jurídico-instrumental de proteção aos
professores.
8
O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990) positiva o direito do menor de ser respeitado por seus educadores (art. 53, II) e
prevê infração administrativa para o professor que não comunicar à autoridade
competente maus-tratos sofridos pelo aluno (art. 245). O Estatuto concebe o menor como
ser em desenvolvimento psicológico, cognitivo e cultural e que, portanto, merece proteção
prioritária por parte do Estado e das instituições sociais (art. 4º). Todavia, o Estatuto, ao
mesmo tempo, ignora a natureza social desse processo: a garantia do desenvolvimento
adequado do menor como ator social também demanda o respeito aos atores que
fornecem tais meios.
O resultado dessa assimetria jurídica é o que põe em relevo o estudo citado:
os alunos intimidam e praticam violência contra os professores, fazendo uso de sua
posição social privilegiada.
Alguns trechos do referido estudo merecem destaque:
Outros subsídios que contribuíram para o olhar reflexivo que
engendrou essa investigação foram reportagens, recentemente
publicadas, que tem situado o professor como alvo de agressões de
alunos. Vamos a algumas delas:
Zieger (2006) afirma textualmente: na escola, educadores ouvem
palavrões, levam tapas, escutam “sou de menor, e tu não pode fazer
nada comigo” e se sentem impotentes diante desse quadro de dor,
desrespeito e indisciplina. A professora não pode responder, não pode
punir, não pode... Segundo a mesma autora, o Estatuto da Criança e
do Adolescente trouxe muitas conquistas, mas sua errônea
interpretação tem nos jogado numa avalanche de impunidade.
As reportagens ressaltam que, em função de episódios de ofensa,
ameaça e agressão, cometidas por crianças e adolescentes, estarem
sendo levados às delegacias, a percepção de sindicatos e de
professores, como noticiado, é de que a multiplicação dos ataques –
antes verbais e, agora, físicos – nos últimos três anos, tem sido mais
precoces, ocasionados ainda na educação infantil, o que tem
instaurado um clima de terror nos ambientes escolares. São
registrados alguns números:
- 51% dos professores e dos funcionários de escolas da Capital
[gaúcha] relataram desrespeito com profissionais, segundo
pesquisa da UNESCO entre 2000 e 2002;
.- o desrespeito por parte dos alunos foi a segunda principal
razão para não se seguir a carreira de professor, conforme
9
pesquisa da Associação dos Supervisores de Educação do
Estado;
- Segundo o CPERGS, 40% dos casos de licença-saúde dos
professores estaduais são por problemas psicológicos.
Encontramos no Jornal Zero Hora, de 25 de junho de 2006:
Autoridades do Judiciário estão alarmadas com o número
crescente de episódios de violência escolar levados às delegacias
de polícia (...) a resposta do sistema judicial para o drama da
violência em sala de aula é a Justiça Restaurativa, um novo
procedimento por meio do qual os conflitos são resolvidos
mediante diálogo e acordo. Infrator e vítima [no caso, o professor]
são chamados para expressar seus sentimentos em relação ao
que ocorreu e estabelecem compromissos, como mudança de
comportamento e prestação de serviços à comunidade. Esse
acordo é proposto pelo juiz em substituição à sentença (...)
Apenas em 10% dos episódios violentos os envolvidos aceitam
participar dos círculos restaurativos.
A partir dessas abordagens, sobrevêm pontos de interrogação
ancorados em uma visão pedagógica:
- A democratização da educação, amparada na concepção
progressista, tem relação com o comportamento dos alunos para com
os professores?
- Qual o conceito de professor que está sendo construído no
cotidiano escolar?
- Quais os deveres e direitos dos professores no atual contexto
cultural?
- O Estatuto da Criança e do Adolescente, que não estipula
penalidade por agressão ao professor, influenciou a relação professoraluno,
contribuindo para a formação de uma cultura de violência no
ambiente escolar?
- O que significa ser professor antes e depois do E.C.A?
- Estaria se instaurando, paulatina e progressivamente, a ditadura
do alunado contra o estatuto da autoridade docente?
10
Outros trechos chamam a atenção para alguns aspectos ignorados de nossa
realidade social:
Zagury (2006), por sua vez, aponta que, em concepções
educativas anteriores, se o aluno não aprendia, a culpa era dele;
atualmente, se o aluno não aprende, a culpa é do professor.
Diferentemente das décadas anteriores, quando era prerrogativa do
professor privilegiar o conhecimento (ou, não raro, tão somente a
informação), na atualidade, que tem sido referendada por pesquisas na
área, os professores têm destacado cinco principais problemas
concernentes a suas ações em sala de aula: manter a disciplina – 22%;
motivar os alunos – 21%; avaliar de forma adequada – 19%; manter-se
atualizado – 16%; metodologia adequada – 10%. A autora conclui,
afirmando que o magistério é uma das profissões que mais acumulou
funções nos últimos anos. Nas entrelinhas desses dados, podemos ler:
a sociedade tem representado o professor como o substituto do lar, da
babá, da creche (escola de educação infantil)...
(...)
A UNESCO – Órgão das Nações Unidas para educação e cultura
– tem analisado o fenômeno da violência nas escolas do Brasil e, em
uma pesquisa sobre vitimização realizada em 2003, com 2.400
professores, de seis capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro,
Salvador, Porto Alegre, Belém e Distrito Federal), mostra que 86%
desses professores admitem haver violência em seus ambientes de
trabalho. A então coordenadora da pesquisa da UNESCO, Miriam
Abramovay, explica que a violência conseguiu impor a sua lei do
silêncio. Segundo ela, a violência está nos dados: 61,2% dos
professores, sujeitos da investigação, afirmam não saber se há tráfego
de drogas na escola; 53,2% dizem não saber se gangues atuam na
escola.
A mesma coordenadora diz:
(...) todo o problema do fracasso escolar vem não só da
qualidade do ensino, mas também daquilo que ocorre no cotidiano
escolar. (...) a escola não está organizada nem preparada para
receber a população que passou a freqüentá-la com a
democratização do ensino (...) a violência também aumenta na
medida em que o ensino se democratizou e a escola de hoje não
tem mecanismos de resolução de conflitos. (Jornal da Ciência, de
6/7/2006, p. 2)
11
Sobre a chamada “alunocracia” na educação, o estudo destaca alguns casos
concretos:
As principais situações (31) em que se desenvolveram episódios
de agressão, dos tipos acima especificados, ocorreram, segundo os
sujeitos da investigação, devido à chamada de atenção pelo professor.
São vários os protocolos que ilustram o que se caracteriza como o
chamar a atenção do aluno. Vamos a alguns exemplos:
O aluno não queria fazer a atividade proposta e ele partiu
para cima como quem vai para uma briga. A minha reação na
hora foi de me defender e mostrei para ele que não iria adiantar tal
atitude.
Chamei a atenção do aluno e ele levantou-se, pegou uma
vassoura e correu atrás de mim. Eu saí da sala.
Apesar da agressão física iminente, essa não chegou a se
concretizar, convergindo ao plano de ameaça de ações interrompidas,
no primeiro caso pela reação da professora e, no segundo caso, pela
fuga da situação de risco ou de perigo. Contudo, a agressão verbal, por
vezes, é acompanhada de ameaças explícitas, como as que seguem
descritas nesses protocolos:
Ao ser advertido por mau comportamento, o aluno ameaçoume
com palavras de baixo calão e que sua gangue poderia me
pegar na rua.
O aluno estava atrapalhando a aula com piadas, fui chamar
sua atenção e ele me disse palavrões e que me apagaria na
saída.
Embora admitamos a seriedade dos contextos de vitimização de
professores até então descritos, nada mais grave do que as situações
sintetizadas nas seguintes declarações:
Chamei a atenção do aluno que não deixava os colegas
participarem da aula. Respondeu-me que eu era uma...[palavrão]
12
e que não mandava nele. A seguir, atirou uma pedra pequena que
tinha no bolso, acertando-me nos óculos, protegendo dessa forma
o olho que seria atingido em cheio.
Chamei a atenção do aluno. Ele me agrediu fisicamente com
uma cadeira. Consegui acalmá-lo e contornar a situação sem
envolver a direção.
O aluno parou atrás de mim. Golpeou-me com um chute e
um empurrão.
Ao ser repreendido, o aluno empurrou a mesa sobre mim.
Ainda que esta pesquisa não tenha como foco analisar quem são
os sujeitos que praticaram tais atos, os ambientes físicos e sociais nos
quais interagem, bem como seus processos de constituição
psicossociais, não podemos desconsiderar que são efetivamente
agressores. Diante dessas circunstâncias, a docência pode ser
facilmente localizada como profissão de risco.
(...)
A falta de limites em relação ao que pode ou deve ser realizado
no ambiente de sala de aula também foi apontada por professores (21)
como propulsora de agressões a eles dirigidas, os quais salientam,
entre outros aspectos:
Não gostam de cumprir normas estabelecidas. Acabam
tendo atitudes inesperadas e agressivas.
No momento em que o professor estava expondo o
conteúdo, alguns alunos circulavam pela sala de aula, sem dar a
mínima atenção ao contexto escolar.
Há situações em que a falta de limites è aliada a insultos que
invadem a esfera pessoal do professor:
O aluno fez piada com os meus cabelos. Disse que na casa
dele havia panelas para limpar.
Defrontando-se com essas condições, uma professora
argumenta:
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Muitos alunos falam palavrões em sala de aula. Escrevem
em classes e paredes, ofendendo professores. Riscam os carros
no estacionamento. Debocham de nós, nos desprezam. É como
se nós tivéssemos direito de conquistar nada: um carro, uma
casa, férias, uma viagem, um objeto bonito. Professoras que vêm
bem arrumadas para a escola são motivo de chacota e fofocas
dos alunos. Os jovens não respeitam seus pais, por que
respeitariam a nós?
Ousando adentrarmos no âmago dessas relações pedagógicas,
podemos vislumbrar que os alunos podem estar reagindo a duas
condições que são observadas nas escolas atuais: ausência dos pais
ou excesso de permissividade no processo educativo dos filhos, o que
se reflete nos comportamentos nos ambientes escolares, e a
abordagem legal e pedagógica da avaliação, o que acaba repercutindo
no valor atribuído à mesma por alguns alunos, conforme podemos
inferir mediante a afirmação que segue:
Durante a atividade, o aluno referiu-se a minha pessoa dessa
forma: “não faço. Meu pai paga o seu salário. Sei que não vou
rodar. Estou aqui porque fui obrigado. Nem em casa eu faço e
ninguém vai me obrigar.”
(...)
Os comportamentos descritos acima parecem se referir somente
a alunos de educação infantil e primeiros anos do ensino fundamental.
Contudo, como explicado no início desta análise, a maior incidência de
agressões dá-se entre o quinto e oitavo anos desse nível de ensino e,
portanto, quando os alunos estão no início da adolescência. Como
deixarmos de perguntar: esses adolescentes são afetiva, cognitiva e
socialmente imaturos? Se assim forem, por que tais condutas assim se
apresentam? Quais as intervenções educativas para superá-las? Essas
perguntas são importantes, especialmente se considerarmos as duas
colocações alçadas a seguir. A primeira diz respeito a que outras
categorias, com menor incidência de casos, foram encontradas, tais
como: agressão verbal por parte de mãe de aluno; ameaça verbal de
mãe de aluno; dano patrimonial; agressão declarada em Orkut; não
aceite de resultado de avaliação pelo pai; ameaça de morte por amigos
do aluno. A segunda colocação refere-se às providências tomadas
pelas escolas em relação à vitimização de professores, as quais têm se
encaminhado, geralmente (35 casos), para a solicitação de presença
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dos pais nas mesmas. Resta-nos indagar: solicitar a presença dos pais
para se correr o risco de novas agressões?
A escola chamou o responsável do aluno que começou a
briga. O pai dele veio buscá-lo. Ao sair da sala, o pai do garoto
começou a dar tapas no menino, batendo e gritando com ele. Pedi
[a professora] que parasse, e o pai me xingou e disse que se
protegesse o filho, eu é que precisava apanhar pra aprender a ter
autoridade. No mais, nada foi feito.
(...)
Apesar do olhar vigilante e atento e de ações interventivas
apoiadas em outras autoridades escolares, uma porcentagem bem
menor comenta que efetivou, na ocasião, registro na escola e
ocorrência policial.
Dessas condições, sucintamente expressas e exemplificadas nos
protocolos, decorre que 58% dos professores não se sentem seguros
em termos de condições ambientais e psicológicas exercendo suas
atividades profissionais.
Traficantes nos portões das escolas. Gangues nas esquinas.
Marginais infiltrados nas salas de aula.
Segurança??????????????????????
Cada vez sinto mais dificuldades, principalmente pelas
condições psicológicas a que somos submetidos: alunos
indisciplinados, sem limites, famílias que não acompanham os
filhos e ficam indiferentes aos apelos do professor e da escola,
pressão pela porcentagem nas aprendizagens, que é nossa
responsabilidade, mas que, muitas vezes, não depende só de nós,
devido às condições do aluno (deficiência, problemas orgânicos
ou psicológicos)
Me sinto como se tivesse que enfrentar um leão a cada
instante, ficando sempre no limite do stress.
Alguns professores apontam que essa insegurança deve-se,
também, ao conceito de autoridade e à ruptura das relações
hierárquicas constituídas através dessa, a qual, segundo eles, poderia
ampará-los nas suas decisões. Nas suas falas aparecem:
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Na escola pública e privada o professor é desrespeitado com
freqüência e quando cobra atitudes da direção, ela apóia os
alunos e seus familiares.
Existe muita indisciplina como conversas altas, celulares
ligados. Não existe mais o respeito às hierarquias numa escola
Essa conjuntura, que pode colocar os professores nessa berlinda
de micro-poderes, configura-se como realidade cotidiana
experimentada na concretude das relações pedagógicas, mas que,
geralmente, não é problematizada, teorizada e contextualizada nos
cursos de formação de professores. Essa explicação encontra eco nas
vozes de nossos sujeitos de pesquisa:
Estamos expostos ao convívio com diferentes realidades.
Não estamos preparados para trabalhar com alunos violentos e
mal educados.
Contudo, hoje, esses alunos violentos e mal educados são parte
significativa de turmas que habitam nossas salas de aula!
Talvez seja justamente por esse motivo que 87% dos professores
desta investigação não se consideram amparados pela legislação
educacional quando se vêem ou se viram vítimas de agressão por
parte de alunos.
Nada ampara o professor, e o aluno sabe disso. O professor
procura conversar com os familiares.
Em oposição ao desamparo legal sentido pelos professores, a lei
está, dos seus pontos de vista, do lado do aluno:
Mesmo que o aluno me agrida, eu não tenho direito de me
defender, pois se o fizesse e sendo este menor de idade, ele tem
total amparo na lei.
O conjunto de leis, de proteção aos menores, dá idéia de
impunidade entre os alunos e professores.
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Geralmente é um processo lento, resultados lentos e, nesses
casos, o aluno tem muita proteção, mecanismos que os ampare,
dependendo da situação, o professor de vítima passa a ser o
vilão.
Essa proteção acaba se refletindo nas condutas dos gestores:
Na escola particular há muita vista grossa em relação ao que
os alunos fazem. Mesmo tentando buscar soluções, nada se
consegue fazer: são “menores”.
Porque sempre o aluno acaba protegido, por ser menor, por ter
um estatuto que o ampara. Além de tudo, parece que sempre o
professor é culpado. Quando uma situação extrema acontece, é porque
não utilizou uma metodologia adequada, não motivou os alunos ou não
procurou compreender a história desse indivíduo, não teve um “olhar”
diferenciado.
Diante do exposto, o presente projeto procura, de um lado, fortalecer a
posição jurídico-instrumental dos professores e, de outro, atribuir maior responsabilidade
jurídica às escolas e aos pais na relação professor-aluno, além de exigir desses atores
maior participação nessa relação social. Outrossim, dá ao professor o devido valor como
profissional da educação, peça indispensável para as engrenagens de qualquer
sociedade.
Sala das Sessões,
Senador PAULO PAIM
LEGISLAÇÃO CITADA
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
Vide texto compilado Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
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Adolescente e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação
para o trabalho, assegurando-se-lhes:
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção
à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade
competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação
de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI No 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973.
Texto compilado Institui o Código de Processo Civil.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido,
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático
equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas
necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão,
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remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva,
se necessário com requisição de força policial. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de
7.5.2002)
§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso
verifique que se tornou insuficiente ou excessiva. (Incluído pela Lei nº 10.444, de
7.5.2002)
(Às Comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa e de Constituição, Justiça e Cidadania,
cabendo à última a decisão terminativa.)
Publicado no DSF, em 13/05/2009.
Secretaria Especial de Editoração e Publicações do Senado Federal – Brasília-DF
OS: 12606/2009